Eu, Flávia Felicidade Roriz Silva, nasci em Afonso Cláudio, no dia 10/08/1988, às 15:00h, no hospital São Vicente de Paula. Era uma criança magérrima, porém com saúde. Minha mãe, Cecília me levou para casa. Todos gostavam muito de mim, tanto que minha avó, Deli sugeriu que meu nome fosse Flávia Felicidade. Aparentemente, até os cinco meses, estava bem de saúde quando, de repente, comecei a ter febres altas, a chorar muito. Minha mãe me levou a vários médicos, porém ninguém sabia o que eu tinha. Somente receitavam muitos antibióticos para eu tomar e a cada dia fazia com que eu emagrecesse mais. Ficamos nessa luta por algum tempo, até que minha avó se lembrou de um médico que ela havia tido em Laranja da Terra, cidade próxima a Afonso Cláudio e me levou até ele. Ela pensou que eu não fosse aguentar chegar lá, pois demonstrava que a qualquer momento poderia morrer. Mas, graças a Deus, conseguimos chegar. Foi aí que esse doutor, chamado Rodolfo, descobriu que eu sofria de uma espécie de alergia rara e que meu pulmão estava todo inflamado e o ouvido esquerdo também. Ele, então, receitou alguns medicamentos e voltamos para casa. A partir desse dia, não paramos mais de nos consultar com ele, controlando assim a doença.

Quando tinha 4 anos, minha mãe engravidou do meu irmão, era uma alegria para nós, apesar de minha mãe sempre trabalhar fora e me deixar com alguém para que tomasse conta de mim. Aguardávamos ansiosos a chegada do Pedro Henrique, esse seria o nome que minha mãe escolheu. Os meses se passaram e chegou o dia de minha mãe ir ter o bebê. Ela começou a passar mal à noite e disse para minha avó que achava que tinha chegado a hora e foi aí que minha avó pediu ao meu tio Nilo que a levasse para o hospital, então, ela me deixou com minha avó e foi chegando lá, o médico que iria atendê-la demorou para chegar e ela já sentia muitas dores. Quando ele chegou, percebeu que o parto teria que ser cesariana,

pois não havia mais condições de esperar porque a vida da minha mãe e a do bebê corriam riscos. O médico colocou ela então na mesa e operou, só que o pior já havia acontecido: meu irmão não aguentou esperar e acabou nascendo morto. Foi muito dificil essa época em minha casa. A minha mãe não conseguia aceitar a morte dele, ficando assim com depressão pós-parto. Eu também não entendia muita coisa, só sabia que o bebê tão esperado não havia voltado pra casa com minha mãe. Ela então começou a doar todas as coisas que havia comprado para ele, até que acabou com tudo, mas a lembrança permanecia intacta. Com o tempo, minha mãe foi se controlando e aos poucos voltando a trabalhar normalmente porque aquilo, infelizmente, tinha que ser superado.

O tempo passou, cresci e começamos a frequentar a Igreja Maranata, onde minha mãe teve seu primeiro encontro com Jesus. Passamos um ano reunindo com eles até que passamos para a Assembléia de Deus, lugar que estamos até hoje, graças a Deus!

Quando tinha 14 anos, conheci minha grande amiga Lucelena. Eu costumo dizer que ela é minha mãe porque sempre me dá conselhos, ri das coisas que falo, ela é uma companheira. Aos 16 anos nos mudamos para Vitória, comecei a trabalhar e a estudar, foi aí que, em 2007, realizei o processo seletivo do CEFETES, que hoje é o Ifes e consegui uma vaga para o Curso de Segurança do Trabalho. No começo foi bem difícil, pois foi um pouco complicado acompanhar o ritmo de cada professor, mas graças a Deus tudo foi dando certo, conheci pessoas muito especiais, como por exemplo, o professor de Português Mateus Ferreira e o professor de Matemática Gilson Pupim, que além de me ensinar tantas coisas, são também meus amigos. Eles são pessoas que, com certeza, ficarão na memória e no coração.

Termino agradecendo: Deus, obrigada pela minha vida, pela minha família, pelos meus amigos e por tudo que eu tenho, pois, tudo que eu tenho é teu!

Organizador: Mateus e Silva Ferreira.
Histórias: Inesperadas, Diferentes e Especiais – Alunas e Alunos do PROEJA


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